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"Voz de Veludo"

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Durante quase 30 anos o mais famoso telejornal brasileiro (o Jornal Nacional) foi apresentado por Cid Moreira. Uma das vozes mais marcantes da imprensa falada do país. Cid Moreira nasceu na cidade de Taubaté, no estado de São Paulo, em 29 de setembro de 1927 (há 82 anos) e está em atividade há 62 anos (desde 1947).

O homem da “voz de veludo” começou como contador na Rádio Difusora de Taubaté (SP), mas como tinha uma voz muito grave e bonita chamou a atenção, sendo logo convidado para ser locutor da emissora. Foi narrador de documentários para cinema, apresentou um noticiário semanal produzido por Carlos Niemeyer (Canal 100) e atuou até como ator (em 1955) no filme “Angu de Caroço”, voltando ao cargo de narrador em 1958, no filme “Traficantes do Crime”.




Na estréia do Jornal Nacional (da Rede Globo de Televisão) em 1º de setembro de 1969, Cid Moreira fez “dobradinha” com Hilton Gomes, e permaneceu na bancada até 1996 (durante 27 anos), sendo um recordista como locutor que mais tempo esteve à frente de um mesmo telejornal.

Decidiu então encarar um desafio e conseguiu. A locução na integra, em linguagem atual, da Bíblia Sagrada. Outros CDs bíblicos também foram gravados na voz de Cid e alcançaram um imenso sucesso de vendas, chegando a 30 milhões de cópias.




No dia 22 de setembro de 1940 nascia no bairro Bixiga, em São Paulo, Luís Lombardi Neto, o famoso locutor Lombardi, do Programa Silvio Santos. Ainda criança, Lombardi sonhava em ser narrador de futebol e chegou a fazer testes para a Rádio Clube AM (hoje Rádio ABC – AM), mas começou sua carreira na televisão.

Conheceu Silvio Santos na TV Paulista, afiliada da Rede Globo, em São Paulo e trabalhou com o apresentador e empresário por mais de 40 anos. Dono de uma voz marcante, Lombardi permaneceu na Globo por 17 anos, quando Silvio Santos decidiu fundar a TVS.

Após passar pela rádio Cultura AM, de Santos (SP), Lombardi apresentava um programa em uma rádio de Santo André, cidade onde morava e onde faleceu (em 2 de dezembro de 2009) aos 69 anos.

A partir de 28 de agosto de 1941, pela Rádio Farroupilha de Porto Alegre (RS), entra no ar oficialmente no Brasil a primeira edição do Repórter Esso. Noticiário patrocinado pela Esso Brasileira de Petróleo, com o objetivo de divulgar, principalmente, o desenrolar da Segunda Guerra Mundial, onde o Brasil havia acabado de entrar ao lado de forças aliadas.

Fruto da chamada “política de boa vizinhança” dos Estados Unidos com países da América Latina (seus aliados na guerra), antes de estrear em nosso País, o programa já existia em cidades como Nova York (Estados Unidos), Santiago (Chile), Havana (Cuba), Buenos Aires (Argentina) e Lima (Peru).

De um escritório de uma agência estrangeira de publicidade do Rio de Janeiro, ia ar o Repórter Esso, que tinha como fonte as notícias distribuídas pela agência internacional de notícias UPI (United Press International).

Centenas de locutores daquela época se candidataram para apresentar o noticiário, mas uma voz se destacou muito mais do que todas as outras e Heron Domingues foi o escolhido para desempenhar a função que iria marcar o seu nome na História.

Boa parte da grande credibilidade do Repórter Esso junto aos ouvintes na época da guerra foi resultado da locução de Heron Domingues.

Por Bruno Reis - Radialista


Alguns apresentadores de rádio que foram verdadeiros campeões de audiência infelizmente hoje em dia estão no anonimato. Foram esquecidos. É triste constatar que muitos colegas nossos que foram verdadeiros exemplos de profissionalismo, carisma e tantas outras qualidades desapareceram com o tempo.

Sem querer ofender ninguém, nem generalizar, muitos desses brilhantes comunicadores se enveredaram por um caminho sem volta. O caminho das drogas. Gostaria muito que novas gerações que estão surgindo não jogassem para o alto a grande chance que estão tendo de colocar o seu nome na história do rádio e realizar um sonho que muitos deixaram se perder no tempo. Por opção própria ou por falta de reconhecimento mesmo.

Um forte abraço!

Considerado o primeiro comunicador do Brasil, José Abelardo Barbosa de Medeiros, o nosso inesquecível Chacrinha, começou sua carreira no rádio em 1939 e em 1956 foi levado à televisão. Chacrinha nasceu em uma cidadezinha de Pernambuco chamada Surubim e faleceu em 30 de junho de 1988 no Rio de Janeiro, aos 70 anos.

Foram 50 anos dedicados à comunicação. Primeiro no rádio depois na televisão. O apelido “Chacrinha” veio porque a emissora onde o velho guerreiro trabalhava ficava em uma pequena chácara que ele batizou de chacrinha.

O apelido ficou para ele e se tornou mundialmente conhecido. Há vinte e um anos Chacrinha nos deixou saudades e em mais um capítulo da história do rádio, prestamos aqui a nossa homenagem.

No dia 3 de novembro de 1986 um sonho de criança virava realidade. O radialista Bruno Reis começava a sua carreira na rádio Aymoré FM da cidade de Piritiba, distante cerca de 300 quilômetros de Salvador, na Bahia. Hoje, 23 anos depois, muita coisa mudou. Na opinião de Bruno, os sonhos são outros e a realidade é bem mais difícil. Mas, segundo ele, sempre vale a pena lutar pelos nossos sonhos. Atualmente Bruno Reis é repórter da Rádio Sociedade da Bahia e locutor de chamadas da Band Bahia (rádio e TV).

Bela Mídia (BM) - Como e quando surgiu a idéia de trabalhar no rádio?

Bruno Reis (BR) - Essa história é interessante. No início dos anos 80 eu morava com os meus pais em um pequeno sítio na cidade de Piritiba e todos os anos meu saudoso irmão Edson ia passar férias lá em casa com a família. Num desses anos, ele levou um gravador portátil (daqueles que tinha um rádio acoplado).

Eu gravava várias músicas das rádios numa fita cassete e acabei quebrando a tampa do gravador. Sempre fui muito curioso e quando descobri onde ficava o cabeçote de gravação tive a idéia de colocar um palito de fósforo entre a fita (cassete) e o cabeçote e tentar gravar minha voz. O resultado me surpreendeu.

Apaguei o trecho da música onde gravei minha voz. A música baixou e a minha voz ficou sobre ela. Como uma trilha sonora. Aí não deu outra. Criei uma rádio imaginária com o gravador e me apaixonei pela "coisa"! (risos)

BM - E como você chegou a uma rádio de verdade?

BR - No meu colégio aconteceu uma gincana e eu participei imitando um personagem do "mestre "Chico Anísio" chamado "Beto Carneiro"(Vampiro Brasileiro). Foi muito hilário (risos)!! Todos gostaram! Na mesma gincana fiz um padre bêbado, celebrando um casamento "matuto".

Para a minha surpresa um dos organizadores da gincana estava montando uma rádio em Piritiba e por conhecer meus pais me convidou para trabalhar. Me orgulho em dizer que fui o primeiro a trabalhar na rádio Aymoré. Estive lá com Michele (minha noiva) há uns dois anos e me emocionei ao relembrar meu passado, onde estava ao lado dos meus pais, que não estão mais aqui.

BM - Você já começou a sua carreira como repórter?

BR - Não. Comecei como repórter há seis anos na rádio Sociedade. Meu início no rádio foi como "Disck-Jockei" e foi essa a função que desempenhei por mais de 16 anos.

BM - Já chegou a trabalhar fora da Bahia?

BR - Já, sim. Depois de trabalhar em Piritiba e Feira de Santana estive em Sergipe, depois Alagoas... Enfim, nesses anos todos já passei também por João Pessoa (PB), Paracuru (CE), retornei à Feira de Santana e agora estou na rádio Sociedade e na Band. Onde, Graças a Deus, sou respeitado e reconhecido como profissional.

BM - Qual a sua mensagem para quem está começando a "trilhar" um caminho em busca do sonho?

BR - Que não desista jamais. Aliás, gostaria de dedicar esses 23 anos de rádio a uma pessoa que me mostrou o que é ser feliz. Minha futura esposa Michele Camila, que todos os dias me ensina que ter FÉ é ter a certeza que TUDO é possível. Tenho certeza que juntos, eu e Michele ainda conquistaremos muitas outras coisas boas. Obrigado meu anjo! Por tudo o que você é para mim! Um beijo! Te amo!

BM - Muito obrigado, Bruno! Foi ótimo conversar contigo e saber um pouco da sua história. Sucesso e parabéns pelos seus 23 anos de rádio!

BR - Eu é que agradeço! Até mais!

No ano de 1920, através da ampliação dos recursos do bocal do telefone, o microfone surge nos Estados Unidos e pouco tempo depois nasce a radiodifusão.

A empresa responsável pela descoberta (Westinghouse) fabricava aparelhos de rádio para as tropas da Primeira Guerra Mundial e com fim do conflito ficou com um grande estoque dos aparelhos encalhados.


Em 1921 os americanos contavam com quatro emissoras e até o final de 1922, já eram 382 e a chegada do rádio comercial não demorou, pois as emissoras já reivindicavam o direito de sobreviver com seus próprios recursos.

Já em 7 de setembro de 1922, durante o discurso do Presidente Epitácio Pessoa, no Rio de Janeiro, acontecia a primeira transmissão radiofônica oficial no Brasil. Em solenidade que comemorava o centenário da Independência do Brasil foi instalado um transmissor no Alto do Corcovado. A época ficou conhecida como a “Era do Rádio”.

Considerado o “pai do rádio brasileiro”, Edgard Roquete Pinto, juntamente com o engenheiro industrial, geógrafo e engenheiro civil francês, naturalizado brasileiro Henry Morize, fundou em 20 de abril de 1923, a primeira estação de rádio brasileira: Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.

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